Enquanto a embarcação afunda
com o nosso amor,
eu, inutilmente tento me agarrar
à salvação do meu sentimento.
.
Sinto-me como se fosse emergir,
mas afundo.
Levanto minhas mãos
na esperança que dos céus, os santos
nos olhem e sintam piedade de nós.
.
Agonizo,
pois nem os anjos nos observam.
Meus olhos lhe frisam
e percebo que estás cômodo,
e conformado, “porque algumas
embarcações naufragam mesmo".
.
E a vontade de salvá-la
tem sido maior do que me salvar.
Te seguro e o peso só nos faz afundar.
Então, meu peito dói, e sem fôlego,
me deixo morrer na escuridão do fim.

Camila Matos
editado por: Werterley Martins da Cruz
Komentarai