Lembro de você com alegria.
Deixa eu explicar. A alegria que sinto não significa que eu esteja querendo lhe ver mais uma vez. Não significa que perdoei sua indecisão, que perdoei seus sumiços, que desisti de continuar o caminho que escolhi.
Quero deixar claro que minha alegria é por todas as memórias que me vêm na cabeça, porque elas são impossíveis de serem apagadas. Quem sabe um dia velhinha, possa esquecer? É que essas memórias me trazem um sorriso no rosto disfarçado. Um dia te falei desse sorriso, se lembra? E te falei que o caminho que seguimos, por vezes, eles mudam. Aproximam ou afastam.
Deixa eu esclarecer mais. Existe dentro de mim gratidão por todos os momentos, mas isso não quer dizer que queira retornar ao final e revivê-lo mais uma vez. Reviver finais machuca.
Revivermos os finais é uma forma que inventamos de mexer na ferida. Sabe aquele machucado que está quase sarando e acabamos topando nele, que magoa, dói, e temos que passar novamente o remédio? É isso. Os finais são feridas que estão cicatrizando, e quando insistimos em mexer, ela só piora. Bruscamente a ferida sangra mais uma vez. Dói mais um pouco. E corremos o risco de perder o coração por causa de uma ferida mal curada.
É preciso seguir em frente.
Deixe a ferida sarar.

Camila Matos
editado por: Werterley Martins da Cruz
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