Venho pensando em você, mas sei que não posso mais. Não dá mais. E existem faíscas de sentimentos que aparecem do nada, feito vela de aniversário que depois de apagada tentamos reacendê-la por um instante de diversão, só pelo prazer em assoprá-la novamente.
E com o vento vai e vem. Pego fôlego e num sopro faço dançar nosso fogo. E feito menino animado, comemoro por mais uma recaída e mais um término. Uma hora é preciso se conformar.
Quantos aniversários fizemos juntos e não foi o suficiente para aprendermos um com o outro. Troca o bolo e troca a vela. E quantos foram os pedidos que coincidiram ou balançaram em ritmo parecido? E como pedidos não se contam, por causa do azar, os nossos ainda em segredo não deram certo. A culpa é nossa ou do azar?
Conformada mudei o roteiro da comemoração. Tornei antiquado assoprar velas por diversão e para inovar deixo que a vela se consuma, fazendo o papel de levar, somente, o meu desejo aos céus.
Mais uma vez o vento te levou.

Camila Matos
editado por: Werterley Martins da Cruz
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