Achei o amor.
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Já tentei descrever esse deus dos sentimentos de todas as formas possíveis, inclusive, supus por diversas vezes que o outro era o amor. Personifiquei sim, e fui humana.
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Nas decepções que tive do amor personificado, me preenchi de tristeza, mágoas e angustias. Acreditei seriamente que o amor não existia.
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Mas a vida, meus amigos, é uma montanha russa, e todas as fases são ciclos que abrem e fecham. Descobri que precisava mesmo aprender e amadurecer.
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E então, finalmente, encontrei o amor. Juramos de pés juntos que era verdadeiro. Achava que somente aquela relação com o outro era o amor, e nenhuma outra seria capaz de superá-la. Então, acabou.
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Me aprisionei no que tinha sido maravilhoso e acreditei que jamais teria outro amor na vida.
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De forma sagrada, o amor para mim se tornou, somente, o próprio. O amor não podia ser além de mim. Eu ser meu, inseparável de mim até a morte. Construí muralhas.
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Um pouco egoísta, visão limitada. Narcisa. Esqueci que vivo em coletivo e da necessidade do outro na jornada da vida.
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E quer saber? Abracei o tempo, um deus muito sábio. Me mostrou como curar as dores que criei e me criaram. Ensinou que pra cada lado existe uma perspectiva. Que o tempo pode ser muitos, apesar de ser único.
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Conversando com ele, percebi o amor justamente no respeito ao tempo de maturação de cada ser que passasse na minha vida, sem me excluir de mim mesma.
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Achei o amor quando dei afeto sem interesse. Da vez que dei atenção em forma de ajuda. De quando consolei a tristeza de alguém.
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No respeito que despendi aos amigos, ao companheiro, a família, quando consegui compreender os limites dos seus sentimentos.
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Achei o amor quando respeitei meu limite de agir em relação a tudo e a todos que me rodeiam.
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Achei o amor quando percebi que pessoas devem ser cativadas para entregar sua verdade.
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Achei o amor quando me encontrei lá no íntimo, pedindo a mim mesma ajuda.
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Camila Matos
editado por: Werterley Martins da Cruz
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